CURSOS LIVRES DE MÚSICA

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Por que os nomes dos intervalos musicais são do jeito que são?

Tudo uma questão de Lingüística

Por Jorge Antunes


As nomenclaturas brasileiras no que se refere à terminologia musical tradicional vêm da cultura francesa. Os primeiros grandes mestres da área, tais como Paulo Silva, Domingos Raimundo e Assis Republicano, foram discípulos e difusores dos ensinamentos da escola francesa de Vincent Dindy. Na velha tradição francesa estão as expressões: quinte juste, accord parfait, tierce mineur, septième majeur, etc. Para complicar mais ainda as reflexões, levando-as lá pra bem longe, gostaria de lembrar coisa interessante: Os maçons brasileiros, herdeiros do ritual da francomaçonaria usam, entre seus sinais e códigos secretos, a seguinte expressão: "Justo e perfeito entre colunas". Para aprofundarmo-nos mais ainda em mistérios fascinantes, lembremo-nos de que a oitava justa e a quinta justa são os dois primeiros intervalos da série harmônica (antes chamados de "perfeitos", daí as designações de perfeitos a acordes maiores ou menores com quinta justa), essa maravilha presente no espectro de todos os sons dos instrumentos de sopro e de cordas. A oitava e a quinta justa, além disso, estão presentes na memória humana coletiva, até mesmo nos bebês e crianças tenras ainda não iniciadas no processo de educação. Quando pedimos à criancinha para reproduzir uma altura (nota) grave que cantamos, ela não dirá: - moço, essa nota é muito grave para mim. Ela não diz isso simplesmente porque ela ainda não sabe falar. Mas ela cantará duas ou três oitavas acima.. Esses dois intervalos estão presentes na interseção de dois conjuntos diferentes: a natureza e a cultura.

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