Uma viagem e uma explicação cultural
Por Renato Alvim
Uma maneira de explicar o porque dos termos é se basearmos no conceito de
consonância ou dissonância, sendo consonância = ausência de distúrbio.
A explicação tenta entender o nome Justo para a oitava, quinta e quarta.
E também no sentido de consonância dado pelos gregos. A grande parte de nossa
cultura ocidental se deve aos gregos. Dentre eles a Lógica. E os gregos tendiam
a identificar até mesmo a Estética com a Matemática - o que acaba por se tornar
insustentável logo depois. Mas o conceito de Belo para eles está ligado ao
repouso, a inércia, ausência de movimento, a identidade, igualdade. As figuras
geométricas são esteticamente hierarquizadas num escala onde prevalece a
igualdade. O círculo é o mais perfeito, devido 'a igual distância ao centro,
logo a seguir o triângulo equikátero, três lados congruentes e o quadrado, pelo
mesmo motivo. O retâmgulo então deve ser o áureo, onde um lado é obtido a
partir do outro. Na Renascença, uma volta aos padrões gregos, Da Vinci organiza
suas figuras em retângulos e proporções áureas. Ou seja, se para Shanon a
informação seria tão mais relevante quanto seu grau de incompreensibilidade,
pela novidade que enseja, o pensamento grego era voltado para a mesmice estética.
Logo o seguinte: interessado em Harmonia, o grego se pergunta - que nota
é mais consonante com uma dada nota?
A resposta: própria nota ou as oitavas. E a seguir, qual uma outra nota
mais consonante? A quinta. Ambas pela proximidade a série harmônica da nota em
questão. Até porque, os harmônicos mais próximos são os mais audíveis e isso
cria um inconsciente auditivo coletivo. A quarta, mais distante que a sétima
maior na série, não teria esse motivo, mas seria considerada perfeita por ser a
inversa da quinta. Mas e o nome justo? Tome uma oitava ou uma quinta e altere
uma de suas extremidades da menor variação aceita na diatonia. Eles deixam a
esfera da consonância e passam para a dissonância! Aliás, as mais radicais.
Isso explicaria o nome justo.
A menor alteração de quantidade produz o salto de qualidade - Dialética
pura. Claro que esse conceito é totalmente subjetivo e cultural.
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