CURSOS LIVRES DE MÚSICA

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Os intervalos musicais - parte 2

Uma viagem e uma explicação cultural

Por Renato Alvim

Uma maneira de explicar o porque dos termos é se basearmos no conceito de consonância ou dissonância, sendo consonância = ausência de distúrbio.
A explicação tenta entender o nome Justo para a oitava, quinta e quarta. E também no sentido de consonância dado pelos gregos. A grande parte de nossa cultura ocidental se deve aos gregos. Dentre eles a Lógica. E os gregos tendiam a identificar até mesmo a Estética com a Matemática - o que acaba por se tornar insustentável logo depois. Mas o conceito de Belo para eles está ligado ao repouso, a inércia, ausência de movimento, a identidade, igualdade. As figuras geométricas são esteticamente hierarquizadas num escala onde prevalece a igualdade. O círculo é o mais perfeito, devido 'a igual distância ao centro, logo a seguir o triângulo equikátero, três lados congruentes e o quadrado, pelo mesmo motivo. O retâmgulo então deve ser o áureo, onde um lado é obtido a partir do outro. Na Renascença, uma volta aos padrões gregos, Da Vinci organiza suas figuras em retângulos e proporções áureas. Ou seja, se para Shanon a informação seria tão mais relevante quanto seu grau de incompreensibilidade, pela novidade que enseja, o pensamento grego era voltado para a mesmice estética.
Logo o seguinte: interessado em Harmonia, o grego se pergunta - que nota é mais consonante com uma dada nota?
A resposta: própria nota ou as oitavas. E a seguir, qual uma outra nota mais consonante? A quinta. Ambas pela proximidade a série harmônica da nota em questão. Até porque, os harmônicos mais próximos são os mais audíveis e isso cria um inconsciente auditivo coletivo. A quarta, mais distante que a sétima maior na série, não teria esse motivo, mas seria considerada perfeita por ser a inversa da quinta. Mas e o nome justo? Tome uma oitava ou uma quinta e altere uma de suas extremidades da menor variação aceita na diatonia. Eles deixam a esfera da consonância e passam para a dissonância! Aliás, as mais radicais. Isso explicaria o nome justo.

A menor alteração de quantidade produz o salto de qualidade - Dialética pura. Claro que esse conceito é totalmente subjetivo e cultural.

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