BACHIANAS BRASILEIRAS
Por
Fabio Gomes
O contato de Villa-Lobos com as obras de
Bach se deu ainda na infância, através do grupo de amigos de seu pai, todos
músicos amadores, que tocavam em sua casa.
Villa-Lobos, já adulto, localizou no
sertão brasileiro as músicas que, neste ou naquele aspecto (melodia,
contraponto, modulação), tinham afinidade com aspectos da obra de Bach.
O biógrafo "C. Paula Barros"
conta que "Nas suas Bachianas, sente-se muito das cousas sertanejas.
Nessa prodigiosa polifonia que é a nº 1, conseguida apenas com oito
violoncelos, está nítido o panorama das caatingas, sob o galope dos touros
bravos e dos vaqueiros. Julgamos que nessa obra mestra do artista, vive o
mistério que povoa a alma do sertanejo. Só depois que Villa-Lobos nos contou
como havia encontrado esses elementos melódicos à maneira de Bach, em plenos
sertões”.
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Kiefer nos socorre, esclarecendo: Villa "escreve à moda de Bach e brasileiramente!" E explica: primeiramente, Villa voltava, a partir das "Bachianas" 1 e 2, a escrever obras tonais com armadura de clave. Esse procedimento, bastante comum em música tonal ou modal, não vinha sendo empregado pelo compositor mesmo quando trabalhava em outras releituras de temas populares. Porém, a simples presença de armadura de clave em Villa não implicava necessariamente em música tonal. Nas "Bachianas", também é constante a simplicidade e o emprego de métodos muito próximos da tradição musical.
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