CURSOS LIVRES DE MÚSICA

terça-feira, 22 de setembro de 2015

A HISTÓRIA DA MÚSICA E SUAS FORMAS - atualidade

ATUALIDADE.

A música erudita da atualidade costuma ser bastante radical: gosta de experimentar sons inéditos e de criar novas linguagens. Com freqüência, essa música interessa-se pelas altas matemática, pela teoria da informação, pela lingüística, pela semiótica, pela linguagem dos computadores, pelas novas teorias da física, assim como pela filosofia oriental. Além disso, costuma relacionar-se com a tecnologia, às vezes adotando suas conquistas, outras vezes negando-as frontalmente. Por outro lado, boa parte dessa música que alguns chamam de "experimental" tende a ser bastante problemática, pois propõe e procura resolver questões, indagações de ordem intelectual. Adotando tal posição, muitos compositores da atualidade inventam obras não mais construídas sobre modelos pré-existentes, mas escolhido de antemão ou ainda dos agentes sonoros empregados.
O nosso tempo é o da música e o da antimúsica, dos happenings e performances, dos instrumentos tradicionais e dos sintetizadores de sons cada vez mais aperfeiçoados. Nossa época é a da música ora escrita, ora improvisada no momento de execução, da música ultracontrolada - concebida como esmerilhados cristais sonoros - e da música processo, que é tão variável que pode mostrar sempre uma nova fisionomia a cada nova apresentação. Vivemos, assim, um instante de relativização de todos os antigos conceitos, o de uma revolução musical permanente.

O panorama da música surgida na Europa e nas Américas após a Segunda Guerra Mundial é amplo, contraditório, integral quando eram controlados todos os detalhes de uma obra e o da música aleatória, em que os artistas davam ao intérprete grande margem de liberdade na reconstrução de suas peças musicais. Houve o tempo da música eletrônica, feita a partir de sons conseguidos em laboratórios eletracústicos, e o da música concreta, elaborada sobre elementos retirados do cotidiano.
Durante a década de 1960, presenciou-se o nascimento de novas técnicas de improvisação coletiva, da música feita com o auxílio de computadores, da música eletracústica ao vivo, do novo teatro musical, dos espetáculos multimídia, dos happenings e da antiarte. Hoje, ao lado de todas essa tendências, ainda há espaço e lugar para namoros com o passado, para o clima algo hipnótico da feita de variações mínimas, para colagens pop e, até mesmo, para uma espécie de volta à tonalidade, presente em vários compositores que, no início da década  de 1950, haviam sido os primeiros a abandoná-la.
E, igualmente, há lugar para a música panfletária que se esforça por provar que toda essa música de vanguarda é "decadente" - "burguesa", enfim...  

O norte-americano George Crumb, nascido em 1929, completou o ciclo Makrokosmos II em 1973.
Este traz como subtítulo: "doze peças em forma de fantasia sobre o Zodíaco para piano amplificado" e contém reminiscências dos mundos medieval, impressionista e moderno aliadas a certo "clima" oriental. Essas peças revelam bem o ecletismo do autor, que procura fugir das fórmulas pré-existentes.

Crumb cria uma música bastante livre, partindo de algumas poucas idéias básicas. Aqui, todo um mundo de sonoridades novas aflora a partir de sua maneira de tratar o piano amplificado, através do uso dos pedais e do contato direto dos dedos com as cordas.

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