CURSOS LIVRES DE MÚSICA

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A HISTÓRIA DA MÚSICA E SUAS FORMAS - classicismo

CLASSICISMO.


O Classicismo, período que alguns denominam um tanto pejorativamente de Rococó, desenvolveu-se durante a Segunda metade do séc. XVIII. Ligando o Barroco ao Romantismo, ele nos leva da época do desaparecimento de J.S. Bach à da maturidade de Beethoven, já no início do séc. XIX. De seus refinados compositores, o repertório usual guardou  sobretudo os nomes de Joseph Haydn  e de Wolfgang Amadeus Mozart. Não sem razão, pois ambos são gênios indiscutíveis...
Durante o período clássico, os compositores gradativamente abandonaram a polifonia em definitivo, em favor da melodia acompanhada.
Foi um momento no qual toda a Europa deixou-se influenciar pela calorosa música italiana, de contáveis contornos melódicos e de contagiantes e alegres ritmos. O Classicismo foi, igualmente, o tempo da simetria: mais do que em qualquer outro momento, os artistas preocupavam-se em escrever obras perfeitamente equilibradas . A tendência barroca de subjugar os ouvidos pela complexidade das formas e pelo tom espetacular da expressão foi deixada de lado. Em seu lugar, a palavra de ordem passou a ser seduzir pela elegância, pela fisionomia "galante" de uma música feita não para chocar, mas para agradar, para acariciar os ouvidos. Enfim, boa parte da música passou a ser encarada como um muito sutil e aristocrático divertimento.
Abandonando o baixo-contínuo do período anterior a fim de conseguir maior leveza e mobilidade da música - o Classicismo assumiu inteiramente o universo da tonalidade. E explorou a dinâmica desse sistema em divertimentos e serenatas, em quartetos de cordas e em outras formações instrumentais de câmara, em concertos para solista e em sinfonias, em música sacra decididamente profana e em óperas ora sérias, ora bastante cômicas.
O Classicismo foi, também, a época do aperfeiçoamento da escritura e dos conjuntos instrumentais: criou-se conceito de uma orquestra equilibrada, baseada nas cordas e nos sopros, ao mesmo tempo em que se anotava criteriosamente no papel, especialmente para essa nova orquestra, toda uma série de nuanças expressivas que deram a ela um extraordinário vigor.
Acima de tudo, o Classicismo foi a era da forma-sonata, maneira de compor música muito peculiar. 

Partindo-se de duas idéias contrastes uma melodia "masculina" e outra "feminina", por exemplo criavam-se obras muito vívidas, onde esses elementos eram constantemente transformados, através de um processo conhecido como "desenvolvimento temático",. A forma sonata, que podia ser empregada tento em uma peça para piano quanto em uma sinfonia, demonstrou ser uma descoberta tão interessante que, ainda hoje, é utilizada por muitos compositores.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) foi um ser tão extraordinariamente musical que conseguiu deixar a marca do seu gênio em tudo o que escreveu. Ainda que compondo simples "música de fundo" para refeições do seu patrão, o Príncipe arcebispo de Salzburgo, da Áustria, ele foi capaz de deixar claro que, por trás da fisionomia "galante" sua música sempre contava as misteriosas ciências da invenção. Esse é o caso do divertimento. Seu primeiro movimento, um tema seguido de variações, foi originalmente escrito para pares de oboés, trompas e fagotes; aqui ele é apresentado em um interessante arranjo para quinteto de sopros, integrado por flauta, oboé, clarinete, fagote e trompa.


Ludwig van Beethoven (1770-1827), um dos mais revolucionários compositores de todos os tempos, foi na juventude o mestre da clareza nitidamente clássica e, na maturidade, o inaugurador da mentalidade libertária do Romantismo. Até ele, raros artistas haviam conseguido retirar tantas conseqüências das formas herdadas do passado, redimensionando-se e projetando-as em direção ao futuro da linguagem musical. Seu lado clássico, de sucessor de Haydn e de Mozart, é perceptível no movimento final do seu Sexteto e mi bemol, Op. 71, escrito em 1796 em plena juventude , portanto. Esse alegre rondó com um refrão e suas variantes foi pensado originalmente para pares de clarinetes, trompas e fagotes; é mostrado aqui em uma versão para quinteto de sopros.

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