Não estou
aqui para julgar ninguém, tão menos ficar declamando textos bíblicos para
condenar este ou aquele, quero apenas dar minha opinião da maneira mais ética
possível, utilizando apenas o BOM SENSO. Mas fato é que não houve nas redes
sociais neste fim de semana outro assunto que não fosse a repercussão de um
vídeo onde o cantor evangélico Thalles Roberto dizia que iria “mudar de
mercado” ou, num português mais direto, abandonar a música gospel e se juntar
aos grandes da música secular. Não é a primeira vez que o cantor encabeça
polêmica na comunidade evangélica; tudo por conta do seu modo de pensar o
evangelho diferente de seus iguais. Mas desta vez a coisa foi séria.
Antes de continuar, é importante
fazer algumas ressalvas. Nos últimos anos, o mercado da música gospel tem
crescido vertiginosamente, com certeza há de crescer mais. O último
recenseamento do IBGE apontou que mais de 30% da população brasileira é evangélico,
um grande salto em comparação da contagem anterior. A música gospel também se
transformou radicalmente, criando um mercado tão amplo e competitivo como o do
mercado da música popular. Há grandes gravadoras cristãs, distribuidoras,
agenciadores, empresários, um catálogo extenso de artistas, rádios e TVs, uma
rede que movimenta milhões de reais por ano. Resumindo: a música gospel, hoje,
é mais um filão - e promissor! - da indústria fonográfica brasileira.
A música, além de ser uma forma
artística, é também uma profissão como qualquer outro. Fico admirado em ver
fieis maldizendo estes artistas (para estes levitas) pelo alto cachê que
recebem por shows. Imagino que, como levitas, estes artistas não têm
necessidades a serem supridas como alimentação, vestuário, moradia e, porque
não, mordomias, afinal somos todos filhos de Deus.
Voltando ao Thalles; num primeiro
momento não vejo mal nenhum ele migrar da música gospel para música secular, com
tanto que não perca o foco e encare a música apenas como uma forma de cuidar da
família. Mesmo assim deve tomar cuidado, sua vida pessoal e profissional será
muito mais vigiada por aqueles que lhe aguardam um baita tropeço só para ter o
gostinho de dizer “eu não disse!” Também, faz parte do BUSINESS.
Mas assistindo o vídeo que gerou tal
indignação entre os seus fãs e a comunidade evangélica, acabei concordando com
aqueles que o criticaram. Vi um cara totalmente exagerado, equivocado, mal agradecido
e muito cheio de si. Praticamente ele
destruiu toda uma carreira para iniciar outra do zero. Disse absurdos, humilhou
seu público, rebaixou seus colegas do meio musical a “fracos” e medíocres, pois,
apenas ele, Thalles Roberto, tem o tino para a coisa.
Bem, no meu ver, ou foi um erro de marketing terrível ou o
cara está embriagado com o seu enorme ego. Será sua queda ou a ascensão? Será
que irá se repetir mais uma vez a história do Filho Pródigo? Não sei, vamos
esperar as cenas do próximo capítulo.
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