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terça-feira, 12 de maio de 2015

Hip-hop revolucionou mundo da música, diz estudo

De todos os estilos musicais dos últimos 50 anos, nenhum mexeu tanto com o cenário musical como o hip-hop -- é o que afirmam pesquisadores que estudaram, através de algorítimos e gráficos, a evolução da música pop.

Mais que a música disco, o funk ou o heavy metal, o hip-hop e o rap aparecem como "o evento mais marcante da paisagem musical norte-americana" ao longo deste período, estimam os pesquisadores no estudo publicado nesta quarta-feira na revista especializada Royal Society Open Science.

O hip-hop nasceu nos bairros pobres do Bronx, em Nova York. Sua chegada ao mercado fonográfico claramente mudou a música pop, de acordo com este trabalho. Especialmente em 1991, quando artistas como LL Cool J surgiram na cena musical.

Armand Leroi, um biólogo evolucionista da Imperial College London, e Matthias Mauch, cientista da computação da Queen Mary University of London, transcreveram em algoritmos e computação gráfica as diferentes características de trechos de músicas do período que vai de 1960 e a 2010.

Os pesquisadores se basearam no estudo de cerca de 17.000 títulos presentes na lista Billboard Hot 100, o ranking semanal das faixas mais populares nos Estados Unidos. Isolando as diferentes características das canções, como a frequência de certos acordes e os tipos de instrumentos ou vozes.

"E, não surpreendentemente, a maioria das características das músicas mudam pouco de um ano para o outro", explica Armand Leroi.

"Mas às vezes, as diferenças tornam-se mais evidentes e em poucos anos, as coisas evoluem rapidamente. Estes são aqueles anos que chamamos de 'revolucionários'".

Três "revoluções" foram identificadas - em 1964, 1983 e 1991 - sendo esta última, de longe, a mais importante aos olhos dos pesquisadores.

A de 1964 foi marcada pelo desenvolvimento de vários estilos ao mesmo tempo, destaca o estudo. Especialmente o soul, o rock e o doo wop, uma variação do rhythm and blues. A revolução de 1983 foi marcada pelo new wave, o disco e o hard rock.
Mas em 1991 foi claramente o hip-hop, na avaliação de Armand Leroi. Com um aumento claro de canções com "discurso enérgico" e "sem acordes".

"O Hip-hop explodiu, como se viesse do nada", explica Leroi à AFP.

O hip-hop estava lá desde os anos 1980, mas de uma forma mais confidencial, praticada nas ruas de Nova York e Los Angeles. E, de repente, ele invadiu as paradas de sucesso.

Para Matthias Mauch, o estudo fornece dados científicos raros sobre a evolução do pop. "Alguns especialistas e cientistas levantam a tese de que a música está se uniformizando", observa, "mas por meio da análise dos dados coletados, nós não confirmamos esse fenômeno".

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